Reunião proveitosa, apesar dos desfalques: dois nacionais (Thaís e Déborah) e um internacional, by Pat. Mesmo assim, com um oceano de distância entre nós, a gaja se manteve presente, postou foto com cores e traços fiéis ao livro e nos brindou ao dizer que saracoteou por Stonehenge e que jantou em um restaurante a bordo de um bateau-mouche no Sena. Patrícia: um mimo, um orgulho. Quanto aos destinos de Thaís e Déborah, nada sabemos. A única evidência que desenha-se com cada vez mais precisão é de que o destino dessas duas está ficando mais negro do que a asa da graúna.
Hoje eu fui a responsável pela ata da reunião. Não sou tão habituée deste blog, mas acho que extraí o máximo que pude para poder contribuir com ele. Curtam as opiniões destes colaboradores, que massacraram ogros e exaltaram uma certa legging preta:
– Marcos: o que o impeliu a escolher o livro foi o estilo “grafic novel”, literatura que talvez não visitasse a mente desses leitores tão cedo se ele não tomasse essa tão profícua iniciativa. Além disso, ele gosta muito do autor, Frank Miller, e do trabalho que ele realizou em “Batman, o cavaleiro das trevas”.
– Fred: “a premissa do livro foi fraca”. Essa afirmação foi pelo ralo quando Marcos disse que é comum ao estilo noir partir de uma premissa tênue como fiapo de manga. A afirmação de “é fraco” se repetiu por inúmeras vezes.
– Tiago: “a tentativa do ogro de ser herói é o que motiva a trama”. Doutorando que acaba de adentrar o segundo ano de estudos na árdua e traiçoeira Ciência Política, Tiago foi além em sua leitura: sua mente, ditada pelos teóricos Lipset, Rokkan, Dahl e Shumpeter, estabeleceu elos assaz eficientes com a realidade da sociedade americana do início do século XX, onde uma elite impertinente controlava a vida da população e escolhia o destino de cada “cabeça de gado”. Marcos se lembrou da época em que ouvia jagunços combinando o rolar de cabeças na terra de Caprichoso e Garantido.
– Lílian: senhora Melim não se emocionou com a leitura, simplesmente porque o livro, segundo Fred, “não aborda fadas, língua francesa, Garotas Superpoderosas, Théo e Nina”. Entretanto, ela lembra o grupo de que Patrícia tá na área, ao mostrar ao povo uma foto postada pela viajante ao estilo “cidade pecaminosa”. Lílian diz se achar burra porque diz não ter entendido a arte gráfica proposta (o que é, obviamente, uma grande mentira!).
– Jacob: o livro é uma dança de contrastes. Como ninguém dá a réplica dessa afirmação, ele rodopia uma taça de vinho tinto perto de uma parede branca, como se fosse um adolescente prestes a ser descabaçado girando o corselet vermelho da meretriz mais desejada da imundíce parisiense do século XVIII. Ah, ele só leu dois-terços da literatura noir.
(Fernanda chega com uma segunda pele preta que diz ser uma “calça!”) — PAUSA DRAMÁTICA —
Fernanda chega sem ser anunciada. A discussão é abruptamente interrompida quando todos os olhares se voltam para seus glúteos e posteriores de coxa, pululantes e asfixiados em uma calça, digamos, alguns números menores do que o necessário. Um presente de Deus! Fred pede para que Fernanda beije os peitos de Jacob para ter uma visão panorâmica do troféu da moça, que, sagazmente, se nega. Lílian lembra ao grupo que o Martinazzo’s butt tem um rival à altura: os seios bronzeados e um pouco mais fartos do que o de costume de Vanessa (alimentados durante dez dias com camarões cearenses).
Fernanda não leu o livro.
Chantal não leu o livro (mas gostou dos Doritos e contribuiu com uma risada inteligente ao ouvir “Henriiiique, me passa o guardanaaaaapo”).
Depois de algumas taças entornadas de tinto, Coca e cerveja, a votação coroou a obra de Frank Miller com 7,75 de média. Conclusão? O livro de Fred continua ocupando o posto mais baixo das sugestões já lidas pelos membros deste Clube.
Um interessante jogo da velha rola por aqui, e cafungadas de Maceió visitam minhas saboneteiras! “E se não têm pão, que comam brioches!”